segunda-feira, 14 de maio de 2012

"Noventa e nove ovelhas há"

The Ninety and Nine


Belas esculturas em madeira doadas em nosso tempo para o Corpo de Hämeenlinna, Finlândia.















Elizabeth C. Clephane, que escreveu a letra em 1868. IraD. Sankey, que compôs a música em 1874.


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Histórico dos Hinos
HC 131
 Noventa e nove ovelhas há 

1  Noventa e nove ovelhas há
    Seguras no curral;
    Mas uma longe se afastou
    Do aprisco pastoral
    A errar nos montes de terror,
    Distante do fiel Pastor.

2  “Noventa e nove, ó Bom Pastor,
    A Ti não bastarão?”
    “A errante é Minha”, respondeu
    Com firme convicção.
    “Por toda a parte vou andar,
    A minha ovelha a procurar”.

3 Ninguém jamais irá supor
    Quão triste o Seu penar,
    Quão fundos vales percorreu
    A ovelha a procurar.
    E, enfim, ouviu o seu balir,
    Achou-a quase a sucumbir.

4  “Por toda a estrada, donde vem,
    Que sangue vejo ali?”
    “Com dor a ovelha procurei,
    O sangue Meu verti”.
    “Teus pés e mãos sangrando estão,
    Magoado foi Teu coração!”

5  Do monte vem aclamações!
    É a voz do Bom Pastor!
    Ressoa em notas triunfais
    O salmo vencedor!
    E os anjos louvam lá nos Céus:
    “A errante já voltou a Deus!”

Muito interessante é a história deste hino. Escrito inicialmente (1868) em forma de poesia, para uma pessoa amiga e sendo publicado depois numa revista, tornou-se um dos hinos bem conhecidos em todo o mundo cristão.

Sua autora foi a Sra. Elizabeth C. D. Clephane, nascida em Edimburgo, Escócia, a 18 de Junho de 1830 e falecida em 1869.

Elizabeth era muito tímida e quieta, mas muito inteligente e amante dos livros. Um dos seus interesses predilectos era a poesia; daí escrever várias, entre elas esta a que nos referimos.
Perdeu seus pais quando era ainda menina, mas nos estudos tinha sempre boas notas e era quase sempre a primeira da classe. (*)

Mas como foi que essa poesia se tornou no hino tão favorito de hoje?

Foi assim: no ano de 1874 o famoso evangelista Dwight L. Moody fazia uma campanha de evangelização na Escócia, acompanhado do compositor e cantor sacro Sr. Ira David Sankey (1840-1908).

Na viagem de trem, de Glasgow .para Edimburgo, Sankey lia um jornal que trazia notícias da sua terra natal (EUA) e deu com a poesia que estava publicada num dos cantos da página do jornal.

Deixemos que ele mesmo nos conte como se sentiu.
“Fiquei tão impressionado que chamei a atenção do Sr. Moody para esta poesia. Ele pediu que eu a lesse, o que fiz com toda a energia que possuía.
Ao terminar, olhei para o meu amigo Moody para ver a reação que a poesia tivera sobre ele, mas verifiquei que não ouviu uma palavra sequer, tão preso estava à leitura de urna carta que havia recebido dos Estados Unidos”.

Apesar dessa experiência desagradável, Sankey recortou a poesia do jornal e colocou-a dentro de um livro.
No segundo dia das conferências em Edimburgo o Sr. Moody falou sobre o assunto “O Bom Pastor”. Pediu depois que um certo Dr. Bonnar (1808-1889), autor escocês de vários hinos, falasse.
O Dr. Bonnar comoveu os ouvintes com uma breve mensagem de apenas alguns minutos. No final de suas palavras, Moody olhou para Sankey e perguntou: “Você tem um solo apropriado para este assunto, com o qual possamos encerrar a reunião?”
Sankey ficou perplexo! Pensou imediatamente no Salmo 23, mas desistiu, porque esse hino já havia sido cantado várias vezes, durante as conferências.
De repente, Sankey ouviu uma voz, dentro de si, dizendo: “Cante aquela poesia que achou no trem”.
Mais uma vez queremos citar as suas próprias palavras, descrevendo essa situação. “Eu, porém, pensei que isto seria impossível porque nenhuma música havia sido escrita antes, para esta poesia. Mas aquela impressão forte veio mais uma vez à minha mente.
Eu devia cantar aquelas belas e oportunas palavras, que havia encontrado anteontem. Colocando a poesia sobre o órgão, à minha frente, levantei o meu coração em oração a Deus, pedindo-Lhe que me ajudasse a fim de que o povo pudesse me ouvir e entender.
Deixando as minhas mãos caír sobre o teclado, toquei o acorde de lá bemol e comecei a cantar. Nota por nota, a melodia foi dada, e até hoje nunca foi alterada!
Quando Sankey terminou de cantar, pela primeira vez, esta poesia para a qual compôs esta música, verificou logo que havia alcançado pleno êxito.
O Sr. Moody, com os olhos marejados de lágrimas, veio comovido e viu ainda o pedaço do jornal do qual acabara de cantar.
“Sankey, onde achou este hino?
Nunca vi coisa semelhante em minha vida”. Sankey, também muito comovido, respondeu: “Sr. Moody, este é o hino que li para o senhor, ontem, no trem, mas o senhor não ouviu”.

E assim nasceu um dos grandes hinos missionários, que consta de quase todos os hinários evangélicos. A letra, em português, tradução do original, foi feita pela Sra: Sarah P. Kalley (1825-1907), missionária no Brasil entre os anos de 1855-1888, esposa do Sr. Robert Reid Kailey, médico e missionário no Brasil e Portugal.

Edgar Almeida / Refrigério 133
 Site REFRIGÉRIO


Nota do dono deste blog:


* Não constando neste site, em outro tomei conhecimento de que Elizabeth Clephane escrevera esta poesia pensando no seu irmão George Clephane que viajou para o Canadá para tentar ser um fazendeiro; não acontecendo o que esperava, apelou para a bebida para consolar-se, o que o levou à morte em Fergus, Ontario, Canadá. Em 1874, uma irmã de Elizabeth e George estava na audiência da grande campanha de Moody quando reconheceu a poesia da irmã - poesia que não fora publicada antes de sua morte - escrita para um irmão no Canadá.

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O hino cantado por um coral da Igreja Adventista do Sétimo Dia:

http://www.youtube.com/watch?v=R-EHtRXnayw
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