quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dois oportunos hinos-oracões pela PÁTRIA


Aconteceu novamente, desta vez na manhã do dia 17 de outubro de 2010, quando a pouca neve que caiu durante a noite "desenhou" na frente de nosso prédio o mapa do Brasil.
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Aproveitando-me disso, e das eleições em segundo-turno para eleger quem ocupará o cargo de Presidente da Nação, acho oportuno orar pela Pátria Brasileira. Dois hinos-orações, de um mesmo autor, poderão ajudar-nos nesta sublime tarefa, que pode ser

lê-las em silêncio em tom de oração,

cantar os hinos com músicas que lhes sejam apropriadas,

recitá-las na sua igreja, escola, associação ou clube,

ensaiar um grupo que delas faça um jogral

ou usá-las de outra forma que bem lhe pareça,

pedindo a Deus a favor do BRASIL.

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Ó Pátria minha amada,
Brasil dos sonhos meus:
Dirija o teu destino
A mão do Eterno Deus!
Que brilhe em teu caminho
A refulgente luz
Do amor e da verdade,
Da glória de Jesus.

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Que o Pai dirije e guarde
A vida nacional;
Nos livre de perigos,
Pecado e todo o mal!
A quantos que governam
Conceda seu favor,
E guie em paz o povo
Na senda ideal do amor!

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O Deus Onipotente
Não cesse de abençoar
O pai, a mãe, os filhos,
O rico e o pobre lar!
O obreiro em seu trabalho,
O mestre, o moço, o ancião,
Alcancem cada dia
Divina proteção.

*

Jesus, protege sempre
O povo do Brasil,
E desçam sobre a terra
As tuas bênçãos mil!
A gratidão nos leve
A erguer-te o coração,
Em culto fervoroso,
Em santa adoração!

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Formosa Pátria, belo chão fecundo,
Servir-te quero com amor veraz.
Que sejas sempre, neste Novo Mundo,
Um elo imenso de amizade e paz!

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Coro
Deus te dirija e guarde, ó meu Brasil!
De sua graça tenhas bênçãos mil.

*

Querida terra, desde a tua aurora,
Abençoada foste pela Cruz
Que tenhas no evangelho, tempo em fora,
O teu roteiro, rumo de Jesus!

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Teu povo seja arauto da verdade,
Exemplo nobre de fraterno amor,
No peito tendo o amor da liberdade,
Levando n´alma a lei do Redentor

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O primeiro hino é o de número 500 do Cancioneiro Salvacionista.
Ambos constam no Hinário Episcopal (edição de 1962).

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O autor de ambos os hinos:

ATHALÍCIO THEODORO PITHAN
(1898-1965)


Natural de Santa Maria-RS, foi o primeiro bispo brasileiro da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, cuja sagração se deu em 1940.



Participou do primeiro congresso da Igreja, em 1960, realizado em Porto Alegre-RS. Na foto, com o Governador Leonel Brizola, que compareceu a um dos cultos do congresso.


O coral do congresso do qual participei (ao fundo, com 16 anos).
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Fotos: Livro "A Igreja Episcopal no país do futuro"
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Nota
Ainda me recordo do dia em que o Bispo Athalício Pithan, que era amigo de meu saudoso pai, visitou nossa casa; e também vagamente de ouvi-lo pregar.
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Link:

A igreja da minha infância e início da juventude:

http://paulofranke.blogspot.com/2007/12/blog-post.html

Divino Oleiro / Tua vontade faze, ó Senhor!

Have thine own way, Lord - Tahtosi, Herra, tapahtukoon.


Divino Oleiro, eis o meu ser,
Qual vaso frágil em Teu querer;
Molda e transforma meu coração
Para servir-Te com devoção!


266 - Tua vontade faze, ó Senhor!/ Eu sou feitura, Tu és o Autor./ Molda e refaze todo o meu ser/ Segundo as normas do Teu querer.


Tua vontade faze, ó meu Deus!/ Sonda e corrige os passos meus./ Torna-me santo como Tu és,/ Ouve os meus rogos, eis-me a Teus pés!


Tua vontade faze, ó meu Pai!/ Por ela o crente vive e não cai./ Guia-me a vida com Tua luz,/ Poder e graça dá-me em Jesus.


Tua vontade, boa e sem par,/ Quero na vida realizar./ Vive, triunfa, domina, enfim,/ Reina supremo, meu Deus, em mim!


- Hinário Evangélico



Letra: Adelaide Addison Pollard
Música: George C. Stebbins (outros hinos do mesmo compositor: "Nunca falha, nunca falta"/"Cristo te chama com mui terno amor"/"... E estarmos ali, que será?")


Nota: A tradução do hino, de Antonio Almeida, é bastante livre. No inglês, "Have thine own way, Lord", a idéia é que a vontade de Deus prevaleça à nossa própria. O coro, isolado, muito conhecido mas de autor desconhecido, enfatiza a idéia de Deus ser o oleiro e nós os vasos, contida somente na primeira estrofe do hino original em inglês.



Adelaide A. Pollard (1862-1934) participava de uma reunião de oração, mas estava tão depressiva que quase não podia concentrar-se no que se passava ao redor. No seu coração havia um peso do chamado que sentia para ser missionária na África. Estava em um sentido pronta para embarcar, mas não tendo o dinheiro suficiente seu plano teve de ser cancelado. Até que algumas palavras infiltraram-se no estado sombrio de sua mente: "Tudo bem, Senhor! Não importa o que tragas para a nossa vida; faze a Tua vontade!" De repente, tendo dito isso, sentiu que seu peso desaparecera e na submissão à vontade de Deus sentiu paz.


Retornando à sua casa, meditou na história do vaso e do oleiro, encontrada em Jeremias 18:3-4: Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso, que o oleiro lhe fazia de barro, se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. (Edição revista e atualizada no Brasil)


As palavras pareciam descrever as experiências de sua própria vida. Nascida em Iowa em 1862, havia sido treinada para ensinar em uma escola feminina. Havia sido também uma talentosa escritora de artigos religiosos e também de hinos. Se interesse, porém, era o evangelismo; assim viajou por todo o país e falou para diversos grupos em numerosas igrejas.


Desde cedo sentiu um forte chamado para o campo missionário, inclusive ensinou em um instituto de treinamento para os que iam para além-mar, esperando que ela também pudesse ser uma missionária. E agora parece que Deus a desertava. "Talvez meus questionamentos sobre a vontade de Deus esteja revelando defeitos na minha vida", pensou. "E Deus tem decidido quebrar-me, como o oleiro quebra o vaso defeituoso e então moldará minha vida outra vez segundo o seu próprio modelo." E assim nasceu o hino que tem abençoado milhares de crentes que anelam por uma vida espiritual de acordo com a vontade de Deus.


No tempo certo de Deus, Ele permitiu com que Adelaide Pollard ministrasse na África. Passou também diversos anos na Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial, até que retornou ao seu ministério na América. Adelaide continuou falando publicamente até quando completou 72 anos, quando, dirigindo-se a um outro compromisso, adoeceu em uma estação ferroviária em Nova York e logo morreu.


Assim terminou a vida notável de uma frágil e pequena mulher que era tão modesta que assinava seus hinos somente com as suas iniciais. Acima de tudo, ela aprendera que Deus usa a pessoa que sinceramente ora: "Tua vontade faze, ó Senhor!"


Fonte: Crusader Hymns and Hymn Stories by the Billy Graham team.



Foto Google
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Ouça o hino com as palavras originais em inglês:
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http://buyadelaide.com/video/ioJf4EpVdU8/Have-Thine-Own-Way-Lord-with-Lyrics.html



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Próxima postagem:


Um oportuno hino que é uma oração pela Pátria Brasileira.


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sábado, 16 de outubro de 2010

Quando enfim do céu descendo/Quando se fizer chamada

Um hino tradicional que entoado de forma ritmada fica mais bonito e atraente! Experimente cantá-lo dessa forma em sua igreja!




Na década de 60, um grupo de jovens oficiais do Exército de Salvação (The Salvation Army) da Inglaterra, foi formado pela então Capitã Joy Webb, e começou a cantar músicas espirituais e hinos ritmados, com guitarras e bateria. Tal foi a sua aceitação, principalmente pela juventude das igrejas e mesmo pelo público em geral, que o grupo salvacionista Joy Strings (Cordas da Alegria) chegou a ficar nas paradas de sucesso do país.

Em 1973, conheci Joy quando ela, com seu pesado violão, dirigia-se ao Colégio Internacional de Oficiais, em Sydenham Hill, Londres. Quando a vi dirigindo-se ao mesmo lugar do que eu, apressei-me a carregar seu violão na longa subida, conversando sobre a aceitação que suas músicas estavam tendo no Brasil. E no concerto que com um novo grupo fez no Colégio naquela noite, após ouvir lindas músicas, conversei também com o baterista do Joy Strings, um arquiteto interessado em que eu falasse sobre a arquitetura de Oscar Niemeyer em Brasília, nossa "nova capital", falando-me de seu sonho de conhecer nosso Distrito Federal. Como em 1971 e parte de 1972 eu havia trabalhado em Brasília, pude falar sobre o assunto. Conto isso porque o hino, cuja história leremos hoje, foi um dos sucessos ritmados do grupo, When the roll is called up yonder, que por muitos anos guardei em disco compacto 45rpm.

Quando comecei o International Open Gospel Choir no ano 2000, logo ao chegarmos à Finlândia, por muitas edições do coral o When the roll is called yonder foi cantado e aplaudido, por sua mensagem vibrante e pelo ritmo moderno com o qual o cantávamos animadamente.

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När den evigt klara morgon/ Kohta valkenee jo Herran päivä

82 - Quando, enfim, do céu descendo,/ Para os Seus Jesus voltar/ E o clarim de Deus a todos proclamar/ Que chegou o grande dia/ Da vitória do meu Rei,/ Lá, por Sua imensa graça, estarei!

- Quando, enfim, chegar o dia/ Da vitória do meu Rei,/ Quando, enfim, chegar o dia,/ Pela graça de Jesus lá estarei!

Nesse dia, quando os mortos/ Hão de a voz de Cristo ouvir/ E dos seus sepulcros hã,o de ressurgir,/ Os remidos, junto ao trono,/ Vão saudar o excelso Rei./ Lá, por Sua imensa graça, estarei!

Pelo mundo, rejeitado/ Foi Jesus, meu Salvador,/ Desprezaram, insultaram meu Senhor./ Mas faustoso vem o dia/ Do triunfo do meu Rei./ Lá, por Sua imensa graça, estarei!

Em mim mesmo nada tenho/ Em que possa confiar,/ Mas Jesus morreu a fim de me salvar;/ Tão somente nEle espero,/ Pois é meu glorioso Rei./ Aleluia, pela graça lá estarei!

Nota:

Este hino, originalmente do "Salmos e Hinos" (o primeiro hinário do Brasil), foi traduzido por Henry Maxwell Wright. Embora bonita a poesia, falha por omitir a idéia central do seu autor. "Quando se fizer chamada", conforme cantado pelo "Cantor Cristão", é mais fiel ao When the roll is called up yonder, cuja história passamos a ler adiante:Negrito

James Milton Black (1865-1938), um professor de escola dominical, certa vez encontrou Bessie, a filha de um alcoolista, sentada na escada quebrada de sua casa também quebrada, em Williamsport, Pennsilvânia. Olhando para a menina, perguntou-lhe: "Você gostaria de vir à nossa escola dominical?" Sua resposta relutante foi: "Sim, eu gostaria de ir, mas..." "Eu compreendo", respondeu Black.

No dia seguinte enviou-lhe um pacote de roupas, incluindo um vestido e sapatos novos. Bessie veio naquele domingo e frequentou a escola dominical por muitas semanas.

Black tinha por costume fazer a chamada dos seus alunos, os quais respondiam com um versículo bíblico, o que Bessie prontamente fazia como os demais alunos.

Certo domingo, entretanto, quando fez a chamada, a menina não respondeu. Pensando que ela não ouvira, chamou-a novamente. Novamente, nenhuma resposta. Soube, então, que Bessie ficara doente e que os médicos deram-lhe pouca esperança de sobreviver.

Voltando para casa, veio-lhe o pensamento de que talvez Bessie nunca voltaria à escola dominical. Como era pianista, e com muitos hinos publicados, lembrando-se da menina foi inspirado na sua ausência a uma outra chamada, à chamada celestial no além. Logo música e palavras jorraram de sua mente e o novo hino estava pronto em somente meia hora.

Dez dias depois, Bessie morreu de pneumonia. O hino de Black alcançou muitos corações com sua mensagem de que devemos estar prontos a dizer "Presente!" - Lá estarei! I'll be there! - quando o nosso nome for pronunciado ao ser aberto o rol dos salvos no além.

Fonte: "Songs of Faith" (Henry Gariepy)

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O hino, cantado de forma vibrante por um coral americano:

http://www.youtube.com/watch?v=7juqA94p3MM

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pela fé avistamos... Sim, no doce porvir...

In the Sweet By and By - Till de härliga land

O HINO

QUE

NASCEU EM

UMA FARMÁCIA

Foto: Farmácia da Fábrica-Museu
Oskar Schindler (veja link abaixo)



450 - Pela fé avistamos além/ Uma terra que brilha em fulgor!/ Nas moradas do Pai, Sumo Bem,/ Um lugar nos prepara o Senhor!

- Sim, no doce porvir, viveremos no santo país. (bis)

Cantaremos no belo país,/ Melodias do mais puro ardor;/ Nessa pátria celeste e feliz/ Não há pranto, gemido nem dor.

Sim, daremos a Cristo Jesus/ Um tributo de grato louvor/ Pelas bênçãos do reino de luz,/ Pelo dom do inefável amor!

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There's a land that is fairer than day/ And by faith we can see it afar;/For the Father waits over the way/ To prepare us a dweling place there.

In the sweet by-and-by
We shall meet on that beautiful shore.

We shall sing on that beautiful shore/ The melodious songs of the blest;/ And our spirits shall sorrow no more,/ Not a sigh for the blessing of rest.

To the bountiful Father above/ We shall offer the tribute of praise/ For the glorious gift of his love,/ And the blessing that hallow our days.

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Letra: Sanford Fillmore Bennett (1836-1898)
Música: Joseph Webster (1867)

Tradução: John Boyle (+ 1898)

Sanford Fillmore Bennett, um professor de música e instrumentalista, era dono de uma farmácia em Elkhorn, Wisconsin, EUA. Seu amigo Joseph Webster, que sofria de depressão, vinha muitas vezes à sua farmácia. Juntos escreviam hinos que ajudavam Joseph a sair de sua melancolia.

Um dia, Joseph foi visitar seu amigo, obviamente desanimado. Quando Sanford perguntou como se sentia, Webster respondeu: "Realmente, não é nada. Estará tudo bem no porvir!" Sua resposta trouxe viva inspiração e Sanford respondeu: "No doce porvir, no doce porvir... Isto dará um bom hino!"

Sentando-se diante da escrivaninha na farmácia, Bennett escreveu as palavras que pareciam derramar-se de sua mente. Logo, deu a folha de papel para Webster que pegou seu violino, afinou-o e começou a compor a melodia para a letra que fora escrita apressadamente.

Em trinta minutos, desde que Webster entrara deprimido na farmácia, ele e Bennett, juntamente com dois fregueses presentes no local, cantaram de todo o coração o novo hino, "O doce porvir" (The sweet by and by). Foi publicado em 1868 e tem sido uma fonte de inspiração para muitos, também servindo-lhes de conforto em funerais.

Farmácias são lugares onde pessoas vão buscar medicamentos para todo o tipo de doenças. Este hino nasceu em uma farmácia como uma receita contra a depressão, um mal que ataca muitas pessoas atualmente.

Fonte: Songs in the Night (Henry Gariepy)

Nota: A mesma música os salvacionistas utilizam para o cântico 385: "Camaradas, ao Éden marchai..."

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Links

Foto tirada recentemente na Fábrica-Museu de Oskar Schindler, na Cracóvia. Leia e veja outras fotos do impressionantes lugar...
http://www.paulofranke.blogspot.com/

Ouça "In the sweet by and by":
http://www.youtube.com/watch?v=bFyjVaD8O3U

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sábado, 9 de outubro de 2010

Veja a foto de Carl Boberg...

... adicionada à história do hino do qual foi autor,
"Quão grande és Tu!"
(O Store Gud!)
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Salomão L.Ginsburg, um judeu que traduziu hinos.

Talentoso, punha tempero bem brasileiro na tradução dos hinos. Desde longa data, portanto, são cantados no Brasil com amor, consagração e fervor evangelístico.


No Cancioneiro Salvacionista, hinos de Salomão Luiz Ginsburg há décadas usados com permissão do Cantor Cristão:

015 - Ao Deus de amor e de imensa bondade (letra no final da postagem)
127 - Buscou-me com ternura, Jesus
133 - Eu, perdido pecador, longe
178 - Ó corações considerai... por que não já?
191 - Queres o teu vil pecado vencer?
202 - Do teu pecado te queres livrar?
213 - Escuta a voz do meu Jesus: vem, segue-Me
229 - Aviva-nos, Senho, eis nossa petição
234 - Tudo a Ti, Jesus, consagro... tudo entregarei
240 - Cada momento me guia o Senhor
249 - Dá tempo à tua alma, não deixes de orar
293 - Chuvas de bênçãos teremos
316 - Em Jesus confiar, Sua lei observar
318 - Aflito e triste coração, Deus cuidará de ti
412 - Povo de Deus, cumpri o vosso encargo
422 - No serviço do meu Rei eu sou feliz
423 - Espalhemos, todos, a semente santa
426 - Oh! onde os obreiros a trabalhar?
435 - Oh, sim, há de ser glória pra mim
- Uma barca naufragando
- Em Teus braços, eu me escondo
Os dois últimos bem conhecidos no ES.


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O Cantor Cristão é um hinário (um livro contendo um conjunto de hinos, músicas cristãs tradicionais de várias épocas), da Igreja Batista, publicado pela Juerp (Junta de Educação Religiosa e Publicações/criada pela CBB - Convenção Batista Brasileira, em 1907). Em sua totalidade o Cantor Cristão contém 581 hinos de edificação a Deus. Hinário das Igrejas Batistas do Brasil - Cantor Cristão é uma rica herança pertencente aos batistas brasileiros. O hinário, o segundo dos evangélicos brasileiros (o primeiro, "Salmos e Hinos" foi publicado em 1861), publicado em 1891 e a sua edição inicial continha somente 16 hinos, compilados por Salomão Luiz Ginsburg. As edições se sucederam, sendo sempre acrescidas de hinos novos. Em 1921 saiu a 17ª edição do hinário, já com 571 hinos, dos quais 102 eram tradução de Salomão Luiz Ginsburg . Desde que Salomão Luiz Ginsburg editou o Cantor Cristão em 1891, muitas outras pessoas ilustres têm prestado a sua colaboração: Willian Edwin Entzminger (72 hinos), Henri Maxwell Wright (61 hinos), Manoel Avelino de Souza (29 hinos) e Ricardo Pitrowsky (23 hinos), os que mais letras ou traduções fizeram no atual Cantor Cristão. A pintura a óleo de Salomão Ginsburg é da autoria do Pastor José Souza Marques.

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Salomão Ginsburg: um homem chamado por Deus

Salomão Ginsburg era judeu de origem, filho de um rabino, nascido na Polônia em 6 de agosto de 1867. Nessa época a Polônia era dominada pela Rússia. Com problemas por causa de um casamento arranjado, fugiu para a Inglaterra.

Desde cedo, Salomão tinha uma curiosidade: entender o capítulo 53 de Isaías. Em sua casa, nunca havia conseguido do pai uma explicação para o texto; ao contrário, levou uma bofetada por sua insistência.

Em Londres, ficou sabendo de um pregador que estava disposto a falar sobre esse texto. Foi assim que, tendo conversado com um pregador do Evangelho, o jovem Salomão teve o seu primeiro contato com a mensagem salvadora de Cristo. Tempos depois, converteu-se à fé cristã.

Todas as pessoas que passam a conhecer a mensagem salvadora de Cristo e abrem o seu coração são transformados, e fazem a diferença no mundo em que vivem.

Após a sua conversão, Salomão sofreu muitas humilhações, pois sua família seguia as tradições judaicas. Sofreu também nas mãos dos judeus que moravam em Londres. Mas aqueles que verdadeiramente se convertem ao Evangelho resistem a tudo em nome de Jesus.

Salomão Ginsburg: um homem guiado por Deus

Quando estamos sujeitos à vontade de Deus, Ele começa a dirigir as nossas vidas, e isso faz toda a diferença. Foi assim que Deus agiu na vida de Salomão. Os cristãos londrinos o ajudaram, colocando-o em uma casa para judeus convertidos e nessa casa ele aprendeu a arte da tipografia. O aprendizado fez grande diferença em sua vida de missionário.

O chamado missionário logo se fez presente na sua vida, pois quem é resgatado por Cristo tem este desejo de anunciar a outros a descoberta desta grande verdade. Logo Salomão seguiu para um seminário e, aos 23 anos, tendo concluído seu curso, foi ordenado ao ministério.

Salomão Ginsburg aceitou o desafio de anunciar a Jesus no Brasil através do apelo feito pela Sra. Sarah Kalley, fundadora, com o Dr. Kalley, do trabalho Congregacional no Brasil.

Ele aprendeu a língua portuguesa em Portugal. Sua estratégia era a de aprender 100 novas palavras por dia e assim, ao final de 1 mês de estudo, conseguiu produzir um folheto chamado: “São Pedro nunca foi Papa.”.

Salomão ainda produziu outro folheto chamado: “Religião de trapos, ossos e farinha” criticando com duras palavras o catolicismo em Portugal. Esse folheto desagradou as autoridades portuguesas e ele teve que deixar as terras portuguesas rumo ao Brasil, onde chegou em Junho de 1890.


Salomão Ginsburg: um homem transformado por Deus

Salomão começou o seu trabalho missionário no Rio de Janeiro entre os Congregacionais, dos quais muitos se converteram ouvindo suas mensagens. Foi contemporâneo de alguns dos missionários que estudamos em nossos manuais: o Casal Bagby e o casal Taylor.

Em certa ocasião, Salomão travou um grande debate com o Dr. Bagby sobre a forma dos batistas de aplicar o batismo. Esse debate o levou a estudar o assunto, pois buscava conteúdo para escrever um folheto contrário a forma de batismo dos batistas. Em busca de subsídios, entrevistou Zacarias Taylor. Essa conversa o convenceu de que a forma bíblica do batismo só podia ser a imersão. Com este novo entendimento, não demorou muito e Salomão Ginsburg juntou-se aos batistas brasileiros.

Salomão Ginsburg: um homem que trabalhou pelo Evangelho no Brasil

Todo crente em Cristo precisa trabalhar pelo Evangelho. Uma coisa admirável na vida desse homem foi que ele trabalhou incansavelmente para o crescimento do trabalho batista no Brasil e para que os brasileiros conhecessem a Jesus.

Vou contar mais mais algumas coisas que ele fez:

- Em 1894 fundou uma tipografia e publicou o primeiro número de “As Boas Novas”.

- Foi o primeiro a batizar na Amazônia e foi o pioneiro do trabalho batista no estado de Goiás.

- Reeditou o “Cantor Cristão”, a primeira coleção de hinos dos batistas brasileiros, além de ter sido autor ou tradutor de mais de 102 desses hinos – o que o fez tornar-se conhecido como o “pai do Cantor Cristão”.

- Por causa da pregação do evangelho em São Fidélis-RJ, Salomão foi muito perseguido, tendo ficado preso por 10 dias.

Mas não foi só no Rio de Janeiro que Salomão Ginsburg sofreu perseguições por causa de seu trabalho. Em Pernambuco, um frade católico chamado Frei Celestino, inconformado com o crescimento dos evangélicos, criou uma liga antiprotestante, que tinha como metas queimar as Bíblias distribuídas pelos evangélicos por serem “falsas” e que as empresas locais demitissem todos os funcionários que fossem evangélicos.

Os planos de Frei Celestino planos falharam e, por fim, contratou um cangaceiro chamado Antônio Silva para matar Salomão, mas este plano também falhou, pois o cangaceiro ouviu uma mensagem e ficou tão impressionado com a pregação, que nada fez ao missionário.

Conclusão

Você poderá saber mais da história e das lutas desse missionário nos campos brasileiros lendo a sua autobiografia, chamada: “Um judeu errante no Brasil”.

Termino este estudo desejando que você, embaixador, trabalhe pela evangelização do Brasil. Use todos os talentos e dons que Deus te deu e, a exemplo de Salomão Ginsburg, faça bom uso deles pregando o Evangelho. A nossa coroa fala sobre estudo missionário justamente para que olhemos para essas vidas e façamos delas um modelo para a nossa vida.

O Pr. Isaias Gomes Coelho é pastor, conselheiro de ER e ex-coordenador de DCER, membro da Igreja Batista de Nova Vida/DF.

Nota: Faleceu em São Paulo, em 31.03.1927, quando tinha 60 anos de idade.

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Salomão Luiz Ginsburg em sua autobiografia - "Um judeu errante no Brasil" - fez questão de relatar um importante episódio de sua vida, ligado ao naufrágio do TITANIC.


Em 08 de abril de 1902, em Maceió (AL), traduziu o hino "Uma barca naufragando, quem lhe valerá?" ("Cantor Cristão", n° 325); dez anos depois, exatamente, passou por impressionante e extraordinária experiência.

Em 1912, chegando a Londres, procedente de Lisboa, logo reservou passagem para Nova Iorque. Algumas viagens foram suprimidas, restando a Ginsburg optar: viajar no "Majestic", no dia 02 de abril, ou no "Titanic", escalado para o dia 10 desse mês.

Conta Ginsburg que o desejo de embarcar no "Titanic" era grande, mas resolveu antecipar sua ida para Nova Iorque. Viajando num navio bem modesto, Ginsburg chegou a Nova Iorque naquele domingo trágico; tivesse demorado em Lisboa uma semana, teria sido forçado a viajar no "Titanic" (O JORNAL BATISTA, 14 junho 1992, pag.2) .


Fonte desta postagem: INTERNET - Cancioneiro Salvacionista

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Um hino altamente amado da autoria de Salomão L. Ginsburg, escrito em 1927 e muitas vezes usado para abertura de grandes eventos:


Ao Deus de amor e de imensa bondade,/ Com voz de júbilo vinde e aclamai;/ Com coração transbordante de graça,/ Seu grande amor, todos, vinde e louvai.

No céu, na terra, que maravilhas
Está operando o poder do Senhor!
Mas Seu amor aos homens perdidos,
Das maravilhas, é sempre a maior!

Já nossos pais nos contaram a glória/ De Deus, falando com muito prazer,/ Que nas tristezas, nos grandes perigos,/ Ele os salvou por Seu grande poder.

Hoje também nós bem alto cantamos/ Que as orações Ele nos atendeu;/ Seu forte braço, que é tão compassivo,/ Em nosso auxílio Ele sempre estendeu.

Como até hoje e daqui para sempre,/ Ele será nosso eterno poder,/ Nosso castelo bem forte e seguro/ E nossa fonte de excelso prazer.

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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Manso e suave está Cristo chamando

Softly and tenderly Jesus- Ljuvligt och kärleks fullt - Kuuletko Jeesuksen äänen jo soivan.



176 - Manso e suave está Cristo chamando,/ Chama por ti e por mim./ Eis que às portas espera velando,/ vela por ti e por mim.

"Vem já, vem já, filho ao lar volta já!"
Manso e suave está Cristo chamando/ E diz: "Meu filho, vem já!"

Que esperamos? Jesus nos convida/ Convida a ti e a mim./Não desprezemos a graça da vida/ Que salva a ti e a mim!

(Correm os dias, as horas se passam,/Passam por ti e por mim;/Transes de morte por fim nos esperam,/Vêm tanto a ti quanto a mim.)

Que grande amor que Jesus nos tem dado,/ Dado a ti e a mim! / Pois libertou-nos do triste pecado, /Mártir por ti e por mim.
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Will Lamartine Thompson, natural de Liverpool, Ohio-EUA, nasceu a 7 de novembro de 1847 e morreu em 1909.

Apesar das dificuldades financeiras por que passavam os compositores de música popular naquela época, possuindo ele um bom senso de negociante, enriqueceu e tornou-se conhecido como "o compositor milionário".

Era filho de um casal presbiteriano. Ainda que se tornara rico, nem por isso Thompson se esqueceu de agradecer a Deus, que tanto o abençoara. Um dos cidadãos mais proeminentes em sua cidade, nunca deixou de dar testemunho do seu Salvador, que o salvou desde a sua infância. Nas palavras de um de seus amigos íntimos, ele possuía "um excelente caráter e um belo espírito que não eram melhores do que o seu imenso talento musical; simplicidade, sinceridade, humildade e justiça foram as características de sua vida."

Sentindo que devia algo a Deus, passou a dedicar o seu talento unicamente à composição de músicas sacras. Muitas vezes colocou o seu piano em uma carroça puxada por dois cavalos e foi para a roça, tocando e cantando hinos de sua autoria.

Entre os vários hinos que escreveu, um deles recebeu uma homenagem toda especial quando, em dezembro de 1899, Thompson foi ao estado de Massachusetts para visitar o famoso evangelista D.L.Moody, que estava gravemente enfermo. Tão grave era o estado de saúde de Moody, que o seu médico não pnermitiu que Thompson o visitasse. Do seu leito de morte, Moody ouviu a voz de Thompson e pediu que ele entrasse. O grande evangelista, agarrando a sua mão, disse: "Will, eu preferia ter escrito o seu hino 'Manso e suave' mais do que qualquer outra coisa que tenho feito em minha vida inteira." Essa declaração valeu-lhe como uma consagração, foi uma homenagem máxima.

A música com a qual cantamos o hino é também da autoria de Will Lamartine Thompson. A tradução para o português é da autoria de Francisco Caetano Borges da Silva.

Fonte: extraído em parte do "Se os hinos falassem", volume I, de Bill H. Ichter.

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L i n k:

Softly and tenderly

http://www.youtube.com/watch?v=ZypRGh1nLFE

Manso e suave

http://www.youtube.com/watch?v=a-4moHtVoec