quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mestre, o mar se revolta, as ondas nos dão pavor...

Sendo um dos meus hinos prediletos,
nunca imaginei que fosse essa a sua história!
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A tempestade no Mar da Galiléia foi pintada em 1633 pelo famoso pintor holandês Rembrandt. É a sua única pintura com paisagem marítima. Acredita-se, por causa dos 14 homens no barco, que Rembrandt pintou a si próprio no barco com os 13 discípulos e Jesus.

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Mestre, o mar se revolta, as ondas nos dão pavor,/ O céu se reveste de trevas, não temos um Salvador!/ Não vês que estamos morrendo? Podes assim dormir,/ Se a cada momento nos vemos/ Já prestes a submergir?

Coro:

"As ondas atendem ao Meu mandar, sossegai!"/ Seja o encapelado mar, a ira dos homens, o gênio do mal, tais águas não podem a nau tragar / Que leva o Mestre do céu e mar./ "Pois todos ouvem o meu mandar, sossegai, sossegai!/ Convosco estou para vos salvar, sossegai!"

Mestre, tão grande tristeza me quer hoje consumir,/ E a dor que perturba minha alma Te implora: Vem-me acudir!/ Das ondas do mar que me encobre quem me fará sair?/ Eu pereço, pereço, ó Mestre,/ Te rogo, vem-me acudir!

Mestre, chegou a bonança, em paz vejo o céu e mar,/ O meu coração goza calma que não poderá findar./ Fica comigo, ó Mestre, dono da terra e céu, / E assim chegarei bem seguro/ Ao porto, destino meu.

Tradução: William Edwin Entzminger + 1930



Mary Ann Baker, falecida em 1874, guardava no profundo do seu ser uma experiência com a qual lutava emocional e espiritualmente. "Por que a tragédia acontecera? Como um Deus de amor permitira tal coisa? Não é justo! Por que preciso ser ferida a tal ponto?" Esses eram seus sentimentos, provavelmente familiares àqueles que perderam um ente querido cuja vida poderia ter continuado por muitos anos ainda...

Quando Mary tinha 42 anos, sofreu a perda de seu único irmão com a mesma doença que lhe havia roubado tanto sua mãe quanto seu pai. Seu irmão viajara milhares de milhas em busca de um clima melhor para sua saúde. Mas quando piorou ainda mais, mandou chamar sua irmã para que ficasse ao seu lado. Ela própria acamada, não pode atender ao pedido de seu querido irmão com o qual se correspondia por telegrama até a sua morte, ocorrida pouco tempo depois que viajara.

Mary cresceu em Illinois e viveu em Chicago onde se envolveu com o movimento de temperança, que proibia o álcool. Então, quando foi a sua vez de adoecer, tornando-se crítica a sua saúde, aumentaram seus questionamentos e rebelou-se em espírito, negando que o Deus a Quem obedecera desde a sua infância seria um Deus de compaixão.

Conta, no entanto, que naquele período de rebeldia, Deus falou-lhe muito de perto revelando-Se um Deus de paz que estava moldando a Sua serva à Sua semelhança.

Foi nessa ocasião que o compositor Horatio Palmer pediu a ela que escrevesse um hino com palavras associadas ao episódio bíblico de Cristo acalmando a tempestade, o assunto das lições da escola dominical naquele período. Deduziu Mary que, afinal, suas lutas e tempestades não tinham tanto significado assim, pelo contrário, declarou que haviam trazido mais profundidade e pureza à sua fé.

Ernest Emurian declarou: "A autora 'cresceu na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo' de modo que conseguiu verdadeiramente, em vívido contraste com a amargura de seu tempo de rebeldia, experimentar que 'o caminho de Deus é o melhor.'"

O hino foi publicado e mais tarde redescoberto quando o presidente James Garfield foi atingido por um tiro. Enquanto o povo americano orava pela sua recuperação o hino começou a se tornar popular. Quando o presidente morreu, em 1881, foi cantado em diversos cultos em sua memória através do país.

Fontes: Song Scoops - David Cain e Ernest K. Emurian, Living Stories of Famous Hymns
Hino baseado em Mateus 8:23-27, Marcos 4:35-41 e Lucas 8:22-25.



A majestosa
música, que tão bem harmoniza
com a dramática letra, é de
Horatio R. Palmer (1834-1907),
que a compôs em 1874.
Infelizmente,
foto de Mary Ann Baker
não tem sido encontrada.



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L i n k s

O hino no original inglês (com dramatização):

http://www.youtube.com/watch?v=9llcyKcYHPM

O hino em português:

http://www.youtube.com/watch?v=pwF-TGT-S8s&feature=related

O hino em espanhol:

http://www.youtube.com/watch?v=q6NaVS-tMmU&feature=related


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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou...



Cancioneiro Salvacionista 199


Cantor Cristão 207


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Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou,/Do reino lá do céu embaixador eu sou!


Meu Rei e Salvador vos manda em Seu amor/ As boas novas de perdão.


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Eis a mensagem que me deu/ Aquele que por nós morreu:


"Reconciliai-vos já", é ordem que Ele dá,


"Reconciliai-vos já com Deus!"


*


É ordem do meu Rei que todo o pecador,/ Arrependido já, confesse ao Salvador


Todo o pecado seu, pois Ele prometeu/ Dar o perdão por Seu amor.


*


No meu eterno lar não há perturbação;/ Eterno gozo e paz os salvos fruirão!


E quem obedecer a Cristo vai viver/ No reino eterno do meu Rei.


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Em 1902, um homem chamado Elijah Taylor Cassel, que viveu de 1849 a 1930, deu-nos um novo e belo hino. Nascido no estado de Indiana, mudou-se com sua família em um carro puxado por bois para Nebrasca, onde completou sua educação e tornou-se médico.

Poeta amador, muitas vezes provia letras para sua esposa, Flora Hamilton Cassel, que era musicista. Juntos, produziram este hino que chamaram de "The King's Business". Em 1910, já sexagenário, deixou de praticar a medicina e tornou-se um ministro batista.
Infelizmente, um ano depois, quando o casal musou-se para Denver e quando sua esposa estava em uma carroca, de repente os cavalos se assustaram; sua saia prendeu-se em uma das rodas e ela teve um acidente sério e fatal. O sr. Cassel evantualmente casou-se outra vez e mudou-se para a California. (Google)
O hino que ambos produziram contém uma urgente advertência, aplicável a todas as épocas: "Reconciliai-vos já com Deus!" (ouça-o no link abaixo)


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Tradução - Ricardo Pitrowsky, que morreu em 1965 - 23 hinos do Cantor Cristão foram traduzidos por ele.



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Uma outra história ligada a este hino:







A foto do final dos anos 60 mostra um grupo de cadetes (seminaristas) diante do Colégio de Cadetes (seminário salvacionista) em São Paulo. Sentados, o então capitão Carl S. Eliasen e a capitã Maria Eliasen, nossos diretores.


Cada turma que ingressa no nosso seminário recebe um nome que corresponde a todas as turmas treinadas naquele ano (mais tarde dois anos) no mundo inteiro. A turma do nosso diretor, que cursou o Colégio Internacional em Londres no início dos anos cinquenta, chamava-se "Embaixadores" e ele fazia constante menção a isso. Por constar a palavra no hino do qual contamos a história hoje, o cantávamos repetidas vezes nos nossos cultos no Colégio de Cadetes.






Em 1993, já morando na Finlândia, fui a uma conferência no Colégio Internacional, em Londres, onde tive o privilégio de hospedar-me. No meu tempo livre, caminhei nos mesmos jardins onde diversos líderes do Brasil ou missionários, em décadas passadas, haviam passado, movimentando-se rapidamente para as suas de aula. Neste local o jovem Carl, brasileiro e filho de missionários dinamarqueses no nosso país, conheceu a cadete brasileira Maria, que lá estudava, e uniram suas vidas em um duradouro matrimônio. A Sra. Eliasen foi "promovida à glória" no início dos anos 2000, em São Paulo.






No grande salão nobre do histórico Colégio Internacional de Cadetes em uma parede estão expostas as centenas de bandeiras salvacionistas de cada turma que ali foi treinada. Procurei a bandeira dos "Embaixadores" (Ambassadors) e a encontrei, surpreendendo-me com o fato de a bandeira da minha turma, "Pregoeiros da Fé" (Proclaimers of the Faith), estar bem próxima à do nosso diretor.



____________ A ala masculina de uma turma de cadetes comissionada em Londres no ano de 1957. Na última fila, no meio, o general John Larsson, grande músico, compositor dos famosos musicais montados no mundo inteiro. Da mesma turma, oficiais conhecidos por terem trabalhado no Brasil: William John Jones, Ernst Hofer, meu concunhado Samuel Eliasen e John Fisk, um dos homens que Deus usou para trazer-me para o Exército de Salvação.

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A letra no original inglês:


I am a stranger here, within a foreign land; My home is far away, upon a golden strand;Ambassador to be of realms beyond the sea, I’m here on business for my King.


Refrain:


This is the message that I bring, A message angels fain would sing:“Oh, be ye reconciled,” Thus saith my Lord and King, “Oh, be ye reconciled to God.”


This is the King’s command: that all men, everywhere, Repent and turn away from sin’s seductive snare;That all who will obey, with Him shall reign for aye, And that’s my business for my King.


My home is brighter far than Sharon’s rosy plain, Eternal life and joy throughout its vast domain;My Sovereign bids me tell how mortals there may dwell, And that’s my business for my King.


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O hino cantado em português por um coral:





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Próxima postagem:


História do hino "Mestre, o mar se revolta ..." (Sossegai)


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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sei que Cristo me quer bem/ Jesus loves me this I know

Sei que Cristo me quer bem,/ Pois a Bíblia assim o diz./ Frágil sou, mas força tem,/ quer levar-me ao bom país.

Sei que me quer bem, quer ver-me feliz./Sei que me quer bem: a Bíblia assim o diz.

Lá na cruz por mim morreu,/ Meus pecados quis pagar,/ E no sangue que verteu/ Posso agora descansar.

Quer-me bem o bom Jesus;/ Só por Ele vou viver./ Bem alegre em Sua luz,/ Hei de amá-lO até morrer.

Salmos e Hinos, no. 141
Tradução, bastante livre, de M.A.de Menezes

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Anna Bartlett Warner (1827-1915) e sua irmã Susan eram as filhas solteiras de um advogado de Nova York que perdeu sua fortuna durante a depressão de 1837. Ele se mudou com a família de West Point para uma velha casa do outro lado do rio Hudson onde as irmãs abriram a casa para realizar classes de escola dominical.

Anna gostava de escrever hinos e escrevia um a cada mês para os seus alunos. Dispostas a aumentar o orçamento familiar, começaram a escrever romances e livros para crianças.

Entre os 18 livros que escreveram juntas estava o Say and Seal, o livro no qual pela primeira vez a letra "Jesus me ama, sim eu sei", escrito por Anna, apareceu em 1859. Na história, uma das personagens confortava uma criança que estava para morrer, cantando-lhe "Sim, Jesus me ama, a Bíblia assim o diz".

O hino foi publicado, o primeiro em seu primeiro hinário. Em 1862, William B. Bradbury, inspirado naquela letra, compos uma linda música para o hino, acrescentando-lhe um coro.

Em poucos meses, o hino atravessou a América do Norte e eventualmente todos os continentes do mundo. Por suas simples palavras - e fáceis de serem lembradas - tem sido muito usado por missionários para explicar o Evangelho de uma forma clara e simples. É admirável que um poema escrito em um obscuro livro para crianças tenha se tornado tão popular e amado no mundo inteiro!

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O hino com palavras no original inglês:


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Whitney Houston, recentemente falecida em trágica circunstância, cantou-o no link abaixo.
Certamente o aprendera na escola dominical de sua igreja em Newark-NJ. Por que o escolheu para cantar já envolvida com drogas, só Deus sabe. Quem sabe reconhecendo que o Seu amor por ela, como diz a Bíblia, a despeito de tudo ainda era real. Um outro hino diz: "No céu, na terra, que maravilhas está operando o amor do Senhor, mas Seu amor aos homens perdidos das maravilhas é sempre a maior!"


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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eu sei em Quem tenho crido/I know whom I've believed


86

Não sei por que de Deus o amor a mim se revelou,/ Por que razão o Salvador pra Si me resgatou.

Mas eu sei em Quem tenho crido/ E estou bem certo: é poderoso/ E guarda o meu tesouro desde agora até o final.

Ignoro como o Espírito convence-nos do mal,/ Revela Cristo, Verbo Seu, Consolador real.

E quando vem meu Jesus não sei, se breve ou tarde vem,/ Mas sei que meu Senhor virá na glória que Ele tem.

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Daniel Webster Whittle (1840-1901) serviu durante a Guerra Civil Americana, na 72a Infantaria de Illinois. Ferido no final da luta, perdeu seu braço direito e foi feito prisioneiro de guerra. Enquanto se recuperava no hospital, procurando algo para ler, achou o Novo Testamento que sua mãe pusera em sua mochila; leu-o com atenção sentindo que, com isso, seu lar distante estava mais perto. Mesmo assim, seu coração não estava movido a aceitar Jesus Cristo como seu Salvador.

Certa noite, foi acordado por um companheiro que lhe suplicou que fosse orar por um rapaz que estava à morte. Daniel tentou esquivar-se, alegando que não sabia orar, ser mau e estar longe dos caminhos de Deus. O companheiro ficou surpreso, uma vez que sempre o via lendo a Bíblia.

Finalmente, Daniel concordou e foi orar com o rapaz moribundo; antes, porém, confessou seus próprios pecados e clamou a Jesus por perdão. Mais tarde, relatou o que aconteceu naquele momento: "Senti a pressão da mão de Deus, na minha única mão que segurava a do rapaz, enquanto suplicava as promessas de Deus para a vida do rapaz que agonizava. Essas promessas haviam-se tornado familiares para mim devido às leituras bíblicas que fizera. Em dado momento, a mão do rapaz tornou-se fria. Quando abri os olhos, os dele estavam fechados para sempre, mas havia uma paz perfeita no seu semblante." Esta experiência lhe fez escrever "Dá lugar a Jesus Cristo".
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Seus hinos mais conhecidos: Dá lugar a Jesus Cristo(Room for Jesus/ 2 -Eikö sijaa Jeesukselle?/ 342 - Har du inte rum för Jesus? ), Chuvas de bênçãos (Showers of blessings/ 122 - Jumalan virta nyt kuohhu/470 - Skurar av nåd), Mas eu sei em Quem tenho crido (I know that my Redeemer lives/ 838 - Jag vet på vem jag tröstar). Cada momento me guia o Senhor (Moment by moment/ 539 - En gång på korset),

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Música: James McGranahan

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Minha lembrança ligada a este belo hino:

Foi o primeiro hino que cantei a quatro vozes no Exército de Salvação, em 1962, em um retiro de carnaval do Corpo de Pelotas-RS, que visitei com minha irmã no primeiro mês em que tomei contato com o Corpo salvacionista. Confesso que, enquanto o ensaiava, senti muita saudade da harmonia do coral episcopaliano a que pertencia... Mas no meu coração havia duas certezas: tanto a compatível com as palavras bíblicas do hino, quanto pelo fato de que aquele Exército de Salvação seria, daquele momento em diante, a nova igreja a qual pertenceria.

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O hino por um coral de uma igreja de Canoas-RS:


O hino com a letra em inglês por uma animada congregação



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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Mil vozes eu quisera ter/O for a thousand tongues


43 -

Mil vozes eu quisera ter, pois quero dar louvor/ Ao sempiterno Deus e Rei, potente Salvador.

Bondoso Mestre, grande Deus, ajuda-me a contar/ Por todo o mundo, a todo o ser, Teu grande amor sem par.

Jesus, o Teu imenso amor a nossa dor desfaz,/ Traz alegria ao pecador, saúde, vida e paz.

Quebranta o poder do mal, liberta o transgressor/ Teu sangue limpa o coração, conheço o seu valor.

Buscai, ó povos, no Senhor, a vossa salvação/ E nEle, pela fé, achai a jusificação.



Letra - Charles Wesley (1707-1788), o filho mais moço de Samuel e Suzana Wesley, nascido na Inglaterra. Tão logo iniciou a falar, sua mãe ensinou-lhe a oração do Pai Nosso e, aos cinco anos, o alfabeto., passando logo a ler porções simples da Bíblia.

Em 1735, acompanhou seu irmão John Wesley à Geórgia, como missionário. Retornando à Inglaterra, adoeceu, ocasião quando se lembrou da coragem dos moravianos durante uma tempestade em alto mar. Em 1738, foi levado ao verdadeiro conhecimento de Cristo como Seu Salvador pessoal..

Pregou com tanto ardor que o Arcebispo de Cantuária proibiu-lhe, e a seu irmão John, de fazê-lo ao ar livre, proibindo-lhes também de participar de outras atividades, o que não os impediu de trabalhar para o Senhor na Inglaterra, Gales e Irlanda.

Escreveu mais de 6.500 hinos. O "Mil vozes eu quisera ter", no original com 19 estrofes, foi escrito para comemorar os seus cinco anos de conversão. Foi publicado no Hymns and Sacred Poems em 1740.

Enquanto John Wesley foi o fundador do metodismo, Charles Wesley inspirou o metodismo com os seus hinos.

Música - Carl G. Gläser, com arranjo de Lowell Mason.


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L i n k s

O hino cantado por David Crowder e sua banda.

Um bom comentário sobre eles:

Esta é uma excelente banda! Eles fazem versões modernas de velhos hinos sem jogá-los no lixo, como muitas pessoas fazem. Vocês fazem, sim, um bom trabalho!



O hino por um coral desconhecido:



A música conforme cantada no ES do Brasil (Lydia?) não foi encontrada no YouTube.

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