O grupo salvacionista inglês JOY STRINGS, com seu ritmo moderno abalou os anos 60 não somente no meio evangélico. Iniciado e liderado pela talentosa oficial Joy Webb - no tempo do General Fredrick Coutts - esteve inclusive nas paradas de sucesso da Inglaterra, e o povo os conheceu e foi atraído à mensagem do Evangelho graças à forma moderna, alegre e cativante que lhe era peculiar (veja, no primeiro link abaixo, a reação positiva do povo inglês ao ouvi-los em uma reunião ao ar livre nos primórdios do grupo).
O fenômeno Joy Strings espalhou-se pelo mundo salvacionista, sendo suas músicas traduzidas para dezenas de idiomas (na publicação acima, em sueco, relíquia que possuo).
O Brasil não ficou para trás!
Lembro-me muito bem de quando, como cadete (seminarista) no ano 1965, em São Paulo, fui grandemente tocado ao ouvi-los pela primeira vez em uma reunião.
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Recentemente veio-me a ideia de trazê-los para este meu Blog2. Para isso, contatei meus amigos Adelaide Redfern, em Ourinhos-SP, e seu irmão Albert Heinzle, na Florida-EUA, no sentido de que buscassem no "túnel do tempo" reminiscências do início do Grupo Rítmico, a versão brasileira dos Joy Strings. A meu pedido, responderam positivamente e, graças a isso, vamos rever o início do lindo grupo que marcou época. Os que não viveram aquele tempo, certamente gostarão de ler acerca da introdução de ritmo moderno no louvor a Deus dentro de nossas fileiras. Lamentavelmente, seus acordes harmoniosos nunca foram gravados e ficaram somente na lembrança.
Não são muitas as fotos do grupo, mas há algumas providenciadas por minha amiga e colega-cadete, Yara Mattos. Aos três amigos que tornaram possível esta postagem, os meus sinceros agradecimentos!
(Publico os relatos como me vieram, espontâneos e nostálgicos, o que os torna ainda mais preciosos!)
Adelaide
O saudoso Coronel Bruno Behrendt, que traduziu músicas dos Joy Strings para o grupo, foi o incentivador e grande entusiasta do projeto. Como seguidor, o Capitão Fred Shaw, que nos guiava espiritualmente e na prática também, já que muitas vezes pegava o contra-baixo acústico, que na maioria das vezes era tocado pelo meu irmão Albert. Faziam parte do grupo, como se vê nas fotos, no vocal Miriam e Mirtes Fonseca, Dora Stalder Galhardo e também eu. No contra-baixo acústico e elétrico também, o Albert; na guitarra elétrica o Miltinho Fonseca e, às vezes, também no contra-baixo elétrico. Na guitarra tocava o Rui Mattos e na bateria o Fred Shaw. Algumas músicas exigiam que também, além de cantar, tocássemos pandeiros, chocalhos, reco-reco, agogô, surdos, apitos e outros instrumentos de percussão.
Albert
Milton Fonseca e eu fomos os que começaram o grupo rítmico pela única razão de que eu tinha comprado uma guitarra elétrica e depois ele comprou uma também. Eu tocava a minha guitarra nos cultos para acompanhar os hinos e coros. Uniu-se a nós o José Luiz, que tocava saxofone, e começamos assim a tocar músicas também do grupo inglês Joy Strings. José Luiz não ficou muito tempo. Ele achava que o som do saxofone não combinava muito bem com o som das guitarras elétricas. Ao grupo uniu-se o capitão Fred Shaw tocando a bateria. Um contra-baixo, que não sei de onde surgiu, também foi adicionado aos instrumentos.
Adelaide
Fazia parte do grupo também o Marcos Francisco Ananias, com sua bela voz de tenor.
A propósito, nós dois éramos parceiros frequentemente em duetos por onde quer que éramos solicitados. Modéstia à parte, combinávamos muito bem... É uma lástima
ele ter ido encontrar-se com o Senhor tão cedo (para nós)! Realmente, no Brasil, éramos os precursores dos hoje chamados "cantores Gospel". Naquela época causávamos estranheza, quase escândalo, nas igrejas onde nos apresentávamos,
usando todos aqueles instrumentos e ritmos diferentes, agitados, não normais nos cultos
daqueles dias, que eram muito comportados para o "espírito sangue-e-fogo" (expressão salvacionista), que tínhamos então.
Albert
Uniram-se ao grupo outras pessoas, como o Rui Mattos, Adelaide, Miriam e Mirtes Fonseca, Jav Tavares Bastos Gama, Dora Stalder Galhardo e os saudosos Marcos Ananias e Claudete Venâncio. Foi uma ideia que evoluiu dependendo da ocasião quando éramos convidados a participar. O primeiro ensaio e a primeira apresentação não posso precisar exatamente quando aconteceram, pois, como disse antes, o grupo evoluiu com o tempo. As apresentações foram essencialmente no Corpo Central de São Paulo, na Liberdade, igreja a qual alguns de nós pertencíamos.
Acho que foi um grupo muito aceito porque era diferente dos que existiam, cujo louvor a Deus consistia basicamente de corais acompanhados ao piano. Era música eletrônica com amplificadores cujo som não era comum naquela época. E lembro-me de que os oficiais da liderança do Exército de Salvação apreciavam o fato de que o nosso tipo de música atraía os jovens, principalmente quando nos apresentávamos nas reuniões ao ar livre, que aconteciam a cada domingo naquele tempo.
Adelaide
Podemos dizer que fomos "desbravadores da música evangélica moderna" no Brasil, embora
nos esforçássemos para seguir o modelo inglês, lançado pelos Joy Strings.
Mas, o que tenho a dizer é que fui muito abençoada por aquelas experiências, junto
com os meus colegas cantores e músicos, de levar a mensagem do Evangelho, através da música que era hit naqueles dias (pelos Beatles e Rolling Stones etc.) e, portanto,
claramente entendida pelos que nos ouviam. Louvo a Deus por ter tido aquelas oportunidades! (Pena que hoje em dia minha voz não seja nem sombra do que foi... embora ainda muito "afinada"
e um ouvido excelente, rsrs). Mais tarde, começaram a aparecer outros grupos com os mesmos propósitos: no Corpo do Bosque, do qual faziam parte, que eu me lembre, a Analinha, a Claudete e a Cleusa. No Rio de Janeiro também começaram a aparecer grupos idênticos, como também em Niterói.
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As canções do Grupo Rítmico, geralmente traduzidas do repertório dos Joy Strings, foram muitas; citando somente algumas:
Uma canção nós temos, as novas vos daremos
do Evangelho precioso do Senhor...
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Se Cristo a ti chegar, que alegria! Se Cristo a Ti chegar, dará paz!
*
Oh! andemos na luz, nesta luz de Deus!
*
Tem fé em Deus, o Qual conhece bem, os teus problemas,
da vida o vai-e-vem...
etc.
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A última foto do grupo, aqui publicada, foi tirada no dia de minha formatura (comissionamento) como oficial, em janeiro de 1966. Partindo para a primeira nomeação, Joinville-SC, nunca mais os ouvi.
Albert também partiu para os Estados Unidos e, na foto abaixo, vemos que continuou por lá a espalhar a boa música evangélica moderna, recebendo todo o apoio dos líderes locais. Os que entendem inglês poderão ficar a par de suas primeiras experiências musicais longe do Brasil, onde foi um bom músico, atuando também como excelente trompetista na brass-band de São Paulo, no grupo de violões que sua mãe, a saudosa Coronel Hedwig (Heinzle) Effer, dirigia e, naturalmente, no glorioso
Grupo Rítmico!
This picture, from the "Young Salvationists" publication, shows the group I formed in 1967 -shortly after I came to USA - was taken at a performance at the "Youth For Christ" location in Orlando, FL. We were together only a short time but tried to do performances throughout the SA's Southern Territory. It was a group somewhat similar to the "Joy Strings" of London and molded with electric guitars, very uncommon in churches in those days; we detected how the "oldies" looked at us with disdain. Similar to how we "oldies" of this day look at rap "music"! But the young people of that day was very much attracted to our music.
That's me on the 12-string guitar in the photo.
The Corps Officer, Major Sidney Lynch, was extremely supportive of my intentions to form this group to the point that, when I suggested that it would be nice to have an electric bass to add to the instruments we already had, he just handed me $ 400 (a lot of money in those days) to go and buy a bass. He had a vision of what evangelistic tool we had on our hands and knew we'd be of great service to the Lord in that endeavor. Even though he's long gone, I'm thankful every day for his contribution to the cause.
Os anos se passaram e eis que um dia, quando estávamos nomeados como administradores do Lar de Jacutinga-Sul de Minas, no final da década de 80, tivemos a agradável visita-surpresa de Albert, sua esposa e filho. Viera rever o Lar que sua mãe dirigira muitos anos antes de nós. Nas fotos, comigo diante do prédio principal do Lar e no passeio que fizemos à cachoeira próxima à cidade, locais que o faziam lembrar a infância.
Adelaide, em foto recente tirada na Alemanha,
terra de sua mãe e onde vive um de seus filhos.
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L i n k s
Dois links para a música "It's an open secret",
cantadas pelo grupo Joy Strings:
All alone
Um medley de músicas dos Joy Strings, cantado por dois oficiais que participaram do grupo inglês.