sábado, 20 de novembro de 2010

*Natal* Pequena Vila de Belém


Por que começar a contar as histórias de hinos de Natal com o "Pequena Vila de Belém"?

Porque música e letra foram escritas por um pároco e um leigo da Igreja Episcopal Anglicana.

Porque o aprendi nessa igreja, que foi a de minha infância e adolescência.

Era o Natal Adoração, enquanto que meus Natais seguintes e até o presente, no Exército de Salvação, têm a ver com adorAção!



Na foto o belo templo da Igreja, hoje Catedral, na cidade de Pelotas-RS.

E ainda guardo a partitura do tenor, voz que eu cantava no coral da igreja, dirigido pela saudosa Dona Eunice Lamego.

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O little town of Bethlehem - O Bethlehem, du lilla stad

453 - Pequena vila de Belém,/ Repousa em teu dormir/ Enquanto os astros lá no céu/ estão a refulgir;/ Porém nas tuas trevas/ Resplende eterna luz/ incomparável, divinal;/ Nasceu o bom Jesus!

Da virgem mãe nasceu Jesus./ Vós, anjos, dai a Deus/ Louvor, e aos homens proclamai/ As novas lá do céus./ Estrelas matutinas,/ em hinos de louvor/ Aos anjos e homens proclamai/ De Deus o eterno amor.

O dom glorioso, divinal,/ Nenhum estrondo faz,/Assim aos homens o Senhor/ Concede graça e paz./ Sereno e sem alarde/ Vem Ele ao mundo, assim,/ trazendo aos homens redenção,/ Amor e paz sem fim.

Ó Santo Infante de Belém,/ Em nossos corações/ Habita, faze-os entrever/ Celestiais visões./ Nos céus proclamam anjos/ De Deus o amor fiel!/ Oh! vem, Senhor, em nós morar,/ Eterno Emanuel.

Negrito______________________

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O autor, Dr. Phillips Brooks (1835-1893), foi bispo da Igreja Episcopal dos EUA para o estado de Massachusets, tendo por 22 anos sido ministro de uma das mais famosas igrejas americanas, a da Santa Trindade, em Boston, sua cidade natal. As crianças amavam o bondoso bispo Brooks e quando ele faleceu uma teria dito: "Como os anjos devem estar contentes!"

Lewis H. Redner, o compositor, nasceu na Filadélfia e foi leigo nessa mesma igreja, onde por muitos anos serviu como organista e superintendente da escola dominical.

História do hino

Em 1886, Brooks fez uma visita ao Oriente Médio. Enquanto andava a cavalo na cidade de Belém, pensou no que ali havia acontecido séculos antes. Assim, inspirou-se a escrever a letra do hino "Pequena vila de Belém" e dedicou-o às crianças de sua amada igreja.

Um dia, antes de apresentar-lhes a sua poesia, mostrou-a ao seu amigo Lewis, organista, pedindo-lhe que conseguisse uma música para ela. Redner acordou um dia com a melodia em sua mente e anotou-a imediatamente, compondo a harmonia para a mesma no dia seguinte.

Tradução:

Em 1930, por Salomão Ferraz, bispo da Igreja Católica Livre do Brasil, tendo sido anteriormente pastor das Igrejas Presbiteriana e Episcopal.

Fonte:

"O Louvor por Herança"

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Quando, em 1985, passando pela Quinta Avenida, em Nova York, não pude deixar de entrar no templo da Igreja Episcopal de St. Thomas. Falavam alto as recordações.

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L i n k s


Evie, minha cantora evangélica favorita, interpreta o hino:


http://www.youtube.com/watch?v=LtIokMInmfA


Jovens o cantam em uma Igreja da Ásia:Itálico


http://www.youtube.com/watch?v=RmjQvdtbiic&feature=related


Procure-o no também na interpretação de Nat King Cole.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

2 Hinos Sobre Ajudar o Próximo (e suas breves histórias)

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Rescue the perishing - Rädda de döende - Kuolemann tieltä sä eksyneet










O prédio do Corpo do Exercito de
Salvação (Pelastusarmeija/Frälsningsarmén) de Hämeenlinna, sul da Finlândia, que dirigimos desde março de 2009, foi construído em 1910 - tem 100 anos, portanto - sendo que sua última renovação aconteceu há 7 anos. Histórico, foi o primeiro Corpo de língua finlandesa inaugurado fora da capital Helsinki, em 1890. As fotos mostram o trabalho social mencionado na última postagem, quando pessoas necessitadas ouvem a Palavra de Deus e recebem após uma sacola contendo pão, laticínios, sucos etc. a cada quinta-feira. Durante o Natal, centenas de pessoas adentram nosso salão e recebem um vale-supermercado com o valor dependendo do número de membros de sua família. Os leitores podem admirar-se do fato de haver pobres no chamado Primeiro Mundo. Por trás da pobreza material muitas vezes está o vício do alcoolismo, um grande problema social nos países nórdicos.
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Com 60 anos, FANNY CROSBY, a famosa escritora de hinos cega, sentiu inovar o seu ministério e passou diversos dias da semana nas favelas do Bowery, distrito de Nova York. Certa vez, depois de visitar muitas famílias destituídas de tudo, Fanny voltou para casa e escreveu este hino mundialmente conhecido:

420 - Ama o teu próximo, busca o perdido,/Leva a mensagem de luz e amor;/ Serve com compaixão, nutre o faminto,/ Conta história do terno Senhor.
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Coro - Ama o incrédulo, ganha sua alma, Deus o aceitará, o salvará!

Dentro do coração, triste e abatido,/ Surge o anelo de paz e perdão;/ Com terno e doce amor, Cristo o chama/ Para salvá-lo da vil perdição.

Cumpre o teu dever junto ao caído,/ Dá-lhe a esperança em Cristo Jesus;/ Guia o pecador arrependido/ Pelo caminho divino da cruz.
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A história de Fanny Crosby na postagem de 07 de agosto de 2010.

Nova tradução deste hino: Carl S. Eliasen

O hino no original em inglês:

http://www.youtube.com/watch?v=a6VqGczqmg0&feature=related

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The Savior of men came to seek and to save - Vår Frälsare kom för att lösa var själ




Nas duas pequenas fotos de um Natal no início dos anos 70 estou de costas, mas encarando de frente, pela segunda vez, uma das mais dramáticas e impressionantes experiências que tenho tido ao ajudar pessoas (referindo-me aqui especificamente a distribuir mantimentos, presentes etc.). Com um grupo de colegas, visitamos a Cidade dos Hansenianos, nas proximidades de Pirapitingui, no estado de São Paulo. Cerca de uma centena de pacientes reuniram-se no cinema ali existente, e cantamos, contamos a história bíblica do Natal, falamos do amor de Deus e vimos muitas mãos estendidas - sem dedos - para receber nossos presentes. Dali fomos ao hospital e à penitenciária na mesma missão naquele dia em que o Exército de Salvação visitou em mais um Natal "a cidade sem crianças" *, conforme observou um colega enquanto nossas Kombis percorriam suas ruas, arborizadas, bem cuidadas, mas tristonhas ao extremo (inclusive com muitos urubus a sobrevoando...). Quando trabalhei no estado do Rio de Janeiro, visitamos o mesmo tipo de cidade, perto de Itaboraí. Desconheço se essas verdadeiras cidades, que isolavam os doentes com hanseníase, ainda existem no Brasil.
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* filhos sãos permaneciam em outra instituição.


O Exército de Salvação mantém intituições do gênero em muitos países da África e Ásia (foto)

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A seguir, publicamos o amado hino salvacionista que contribuiu - e ainda hoje - para que pessoas se oferecessem ao trabalho integral da Obra, como oficiais. O autor foi o General Albert Orsborn (1886-1967), de nacionalidade inglesa, o sexto líder do Exército de Salvação (The Salvation Army) mundial, de 1946 a 1954, também chamado de "o general poeta", pelos muitos hinos inspirados que escreveu.
Ele mesmo narra o que o levou a escrever o hino: "No sul de Londres, em 1923, eu vi a infrutífera situação: muitas igrejas verdadeiras relíquias ao longo do lado sul do rio Tâmisa, e centenas de milhares de pessoas paupérrimas e miseráveis sem conexão nenhuma com essas igrejas e catedrais!"
Ainda que consideremos que pobreza signifique situação às vezes extrema de carência material, os salvacionistas ao cantarem este hino pensam também em pessoas de todas as classes sociais, pobres e destituídas espiritualmente de paz, alegria e esperança.

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416 - O Filho de Deus veio para salvar/ As almas perdidas no mal./Amor impeliu-O ao mundo baixar,/ Fiel ao desígnio divinal./ Soldados valentes precisa Jesus,/ Obreiros que tenham valor,/ Que salvem as almas e levem a luz/ De Cristo ao vil pecador.

Coro: Desperta em mim compaixão/ E o mesmo amor do Senhor./ Que em toda a palavra e em toda a ação/ Procure salvar o pecador.
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O povo, sem Deus, se afasta do bem/ e muitos vão à perdição./ Não há quem lhes fale da senda do além,/ Da vida, da paz, do perdão./ Guerreiros audazes precisa o Senhor,/ Que cheios de santa paixão/ Se lancem na luta com todo o ardor,/ Entregues a Deus, sem condição.

A ciência jamais poderá inventar/ Remédio que cure o mal/ Da alma ferida de muito pecar,/ Sedenta de paz celestial./ Derrama em mim o Teu santo amor!/ Teu servo fiel hei de ser/ Em todos os tempos, com grande fervor,/ Por Ti vou lutar até morrer.
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O hino gravado ao ser entoado pela congregação inglesa de uma reunião salvacionista:

http://www.salvoaudio.com/audio/songs/songs_014.mp3

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E depois de tantos anos, o alto ideal contido nestes hinos ainda é anelado e buscado como um santo desafio.

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Próximas postagens:

Contando a história por trás de conhecidos hinos de NATAL.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cantando Chopin e Beethoven no Campo de Prisioneiras

Leia no meu blog1 a história - interessante e verídica - que virou filme de sucesso!

Alvo mais que a neve, sim, nesse sangue lavado...

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Whiter than the snow - Vitare än snö - Valkeammaksi lunta


18.11.10 - Hoje, ao acordar, olhando pela janela do nosso quarto, vi esta exata paisagem do quartel construído quando a Rússia dominava a Finlândia, antes de sua independência, em 6.12.17. É a vista do nosso dia-dia, com a diferença de que nevou bastante na noite passada, de fato a primeira neve "de verdade" deste inverno! Dirigindo-me para o Corpo do Exército de Salvação que dirigimos, em Hämeenlinna, fui cantarolando este antigo hino, planejando cantá-lo na reunião espiritual que precede a distribuição de pão e laticínios de cada quinta-feira. Minha mensagem baseei em Isaías 1:18 -
... Ainda que os vossos pecados são como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmezim, se tornarão como a lã. Assim, muitos pobres que nos procuram semanalmente ouviram novamente atentos, desta vez enquanto a neve podia ser vista caindo profusamente através de nossas grandes janelas. Por um momento pensei na semelhança dessa reunião com as do antigo Salvation Army dos seus primórdios.

Algumas horas depois, voltando para casa, decidi pesquisar a história deste belo hino cantado por muitas igrejas do Brasil e no mundo. Particularmente, aprendi-o quando criança nos bancos da Igreja Episcopal Anglicana quando, na década de 50, esta Igreja usava o primeiro hinário do Brasil, os "Salmos e Hinos".


276 - Bendito seja o Cordeiro,/ Que na cruz por nós morreu;/ Bendito seja o Seu sangue,/ Que por todos nós verteu!/ Eis nesse sangue lavados,/ Tendo puro o coração,/ Os pecadores remidos/ Que perante Deus estão!

- Alvo mais que a neve (bis), sim nesse sangue lavado, mais alvo que a neve serei!

Quão espinhosa a coroa/ Que Jesus por nós levou;/ Oh! quão profundas as chagas/ Que nos provam quanto amou!/ Eis nessas chagas pureza/ Para o maior pecador,/ A quem mais alvo que a neve/ O Teu sangue faz, Senhor!

Se nós a Ti confessarmos/ E seguirmos Tua luz,/ Tu não somente perdoas,/ Purificas, ó Jesus!/ Lavas de todo o pecado,/ Que maravilha de amor!/ A nós mais alvos que a neve/ O Teu sangue faz, Senhor!

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Samuel Horatio Hodges (+ 1922) foi um advogado nos E.U.A. e escreveu este hino enquanto viajava na Inglaterra com William Booth, o fundador do Exército de Salvação. Nas campanhas evangelísticas do Fundador, Samuel cantava solos. Um convicto crente na doutrina da santidade, frequentemente conversava com Booth e sua esposa Catherine a respeito das lutas, angústias e desafios pelos quais passavam os convertidos e os soldados salvacionistas diante do assunto "um coração puro".

Mais tarde, o filho do capitão Samuel, ele próprio um oficial salvacionista nos E.U.A., contou que era comum o Fundador, seu filho Bramwel Booth, George Railton e seu pai almoçarem juntos. Em uma dessas ocasiões, antes de uma reunião em que o Fundador pregaria a respeito de santidade, ele voltou-se para o seu pai Samuel e pediu-lhe que para a próxima reunião cantasse um solo que tivesse o tema de como possuir um coração puro. Quando a resposta foi negativa, pois não conhecia nenhum hino que se adaptasse, o Fundador pediu-lhe que escrevesse um. Como Samuel era um homem de oração, pediu a Deus que lhe desse inspiração para escrever o que lhe fora pedido. E assim nasceu o hino "Alvo mais que a neve". Samuel mais tarde em sua vida tornou-se um ministro quacre.
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Fonte: Companion to the Song Book
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Nota - O autor do coro do hino foi Eden Reeder Latta, baseado supostamente na música "Blessed be the fountain of blood". Não propriamente uma tradução, a versão em português é dos "Salmos e Hinos", de Henry Maxwell Wright (+ 1931).

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Procure no

http://www.youtube.com/

"Whiter than the snow"

ou "Alvo mais que a neve"

e achará diversos intérpretes

e acompanhamentos musicais

do conhecido hino.
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Santo! Santo! Santo! Deus Onipotente!

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Holy! Holy! Holy! - Helig, helig, helig! - Pyhä, pyhä, pyhä!

16 - Santo! Santo! Santo! Deus onipotente!/ Desde o amanhecer nós cantamos com ardor./ Santo! Santo! Santo! Bom e verdadeiro!/ És Deus triúno, excelso Criador!

Santo! Santo! Santo!/ Todos os remidos,/ Juntos com os anjos, proclamam Teu louvor./ Antes de formar-se o firmamento e a terra,/ Eras, e sempre és, e hás de ser, Senhor.

Santo! Santo! Santo!/ Nós, os pecadores,/ Não podemos ver tua glória sem tremor./ Tu somente és santo; só Tu és perfeito,/ Deus soberano, imenso em Teu amor!

Santo! Santo! Santo! Deus onipotente!/ Tuas obras louvam Teu nome com fervor./ Santo! Santo! Santo! Justo e compassivo!/ És Deus triúno, excelso Criador!




Reginald Heber
(1783-1826)

O jovem poeta pertencia a uma família de certa riqueza e cultura. Era tão generoso com o seu dinheiro que, para evitar que ele o distribuísse todo com os amigos, a caminho da escola, sua mãe costumava costurá-lo no forro de suas roupas.
O jovem virou as costas a todas essas vantagens e riquezas para se tornar pastor de uma igreja anglicana na pequena cidade de Hodnet, na Inglaterra. Foi providencial para o cristianismo que, durante dezesseis anos, ele tivesse pastoreado uma igreja pequena, poque assim pode dividir o seu tempo com a igreja e os seus trabalhos literários.

Foi durante esse período que ele escreveu muitos dos seus 57 hinos, pretendendo usá-los em ocasiões especiais, mas o bispo de sua diocese não concordava que a congregacão cantasse muitos hinos. Assim sendo, ele guardava os seus hinos numa velha mala pertencente à família. Dezesseis anos após a sua morte, sua viúva divulgou muitos dos seus preciosos hinos.

Esse hino, que talvez seja cantado mais do que qualquer outro, baseia-se em Apocalipse 4:8-11 e só foi descoberto trinta e cinco anos após a sua morte, quando sua viúva divulgou o conteúdo daquela velha mala.

Lord Tennyson, famoso poeta inglês, disse, certa ocasião, que, a seu ver, este era o maior hino de todos os tempos, por sua pureza de linguagem, devoção e espiritualidade, apesar de tratar de um assunto tão abstrato.

Depois de exercer seu pastorado em Hodnet, durante dezesseis anos, Heber foi eleito Bispo de Calcutá, na Índia, onde, quase sem parar, serviu durante três anos. No dia 3 de abril de 1826, seu corpo foi encontrado inerte e sem vida por um servente que estranhou o fato de que o bispo estava demorando muito para o seu banho costumeiro.

Reginald Heber morreu aos 42 anos e foi um dos brilhantes poetas da hinologia inglesa. No seu túmulo estão gravadas estas palavras, tão expressivas: "Ele cumpriu os seus deveres mais humildes e mais importantes com cuidado, com todo o seu coração, com toda a sua alma e com todas as suas forçaItálicos."

A melodia com a qual cantamos o hino, tem o nome de Nicaea e é da autoria do Dr. John B. Dykes (1823-1876). Foi um homem de grande talento musical. Foi também organista e compositor de grande capacidade. Diz Robert McCutchan que John Dykes, quando criança, gostava tanto de órgão que pagava às suas irmäs um centavo por hora para que estas o pedalassem enquanto ele tocava.

O hino de Heber, tão grande como é, só se tornou famoso quando se juntou à música do Dr. John B. Dykes. A tradução que temos no Cantor Cristão é de João Gomes da Rocha.


Fonte: "Se os Hinos Falassem"/volume I/ Bill H.Ichter/Juerp
Nota: Mala certamente significa antigo baú.
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O hino em inglês:

http://www.youtube.com/watch?v=sKmTdskCWPg&feature=related

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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Resplandeçam nossas luzes através do escuro mar

Let the lower lights be burning


421 - Nas tormentas desta vida/ Perto está a perdição./ Aos incautos navegantes/ Quem trará a salvação?

Coro - Resplandeçam nossas luzes/ através do escuro mar,/ pois nas trevas do pecado/ Almas podem naufragar!

Sempre brilha, em graça imensa,/ rico amor do eterno Deus;/ Cumpre a nós mostrar o rumo/ da viagem para os céus.

Nuvens de paixão mundana/ Obscurecem-lhes o sol,/ Ergue o grito de perigo,/ Alça as luzes do farol!

Os errantes insensatos/ Guia ao porto divinal!/ Em Jesus há vero abrigo/ Do furor do temporal.

Noite eterna se aproxima,/ De remorso e de amargor!/ Clama, avisa os infelizes,/ Insta-os para o Salvador!

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Philip Paul Bliss (1838-1876), nascido na Pensilvânia, EUA, foi um menino pobre com muita predisposição para a música e, criativo, fazia instrumentos de junco. Ajudou seu pai a pagar seus impostos vendendo verduras. Certa vez, viu alguém tocando piano pela primeira vez; boquiaberto, ficou junto à porta da casa, mas a senhora que tocava mandou-o rapidamente embora.

Quando jovem, Philip costumava ensinar música e para isso colocava um instrumento na sua carroça enquanto visitava lugarejos distantes da cidade.
Em 1864, foi para Chicago trabalhar para o Dr. George Root, um músico, e, dono Itálicode uma voz muito possante, conduziu institutos musicais e compôs hinos para a escola dominical, um deles o "Oh! repete mais uma vez tão belas novas de amor!" (Wonderful words of life!).

Participando como escritor de hinos e solista nas campanhas evangelísticas de Dwight L. Moody, Philip escreveu Let the lower lights be burning baseado em uma ilustração que o famoso pregador gostava de contar em seus sermões, de que Jesus é o grande farol no mar da vida, e os crentes são pequenas luzes (lower lights) colocadas no mar para sinalizar a entrada do porto.

Em 1876, viajando de trem, uma ponte quebrou e o trem caiu no abismo. Philip Paul Bliss escapou, mas perdeu a vida tentando salvar sua esposa dos destroços em chamas. Dos 160 passageiros, 92 perderam a vida. Na sua maleta chamuscada pelo fogo foi encontrado um de seus manuscritos, tido como o único no qual Philip não colocou música: I will sing of my Redeemer, um dos primeiros hinos gravados pela invenção de Thomas Alva Edison.

Fonte: diversas

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A tradução livre, é do "Salmos e Hinos", o primeiro hinário brasileiro.


Outros hinos de Philip Paul Bliss:

- Dá tempo à tua alma, não deixes de orar
- Todo o que ouve as novas, queira proclamar
- Oh! repete mais uma vez tão belas novas de amor
- Meu irmão, procura ser como Daniel
- Cai a semente quando há frescor
- Camaradas, a divisa mostra-se no céu (música)
- Ó vem encontrar-me à fonte! (música)

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Link:

O hino cantado com a projeção da letra no original inglês:

http://www.youtube.com/watch?v=TqlYDP0cyyU&playnext=1&list=PLF2532BF18D43857F&index=5

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domingo, 7 de novembro de 2010

Que bondoso amigo é Cristo!

What a friend we have in Jesus! - Vilken vän vi har i Jesus!

342 - Que bondoso amigo é Cristo!/ Revelou-nos Seu amor/ E nos diz que Lhe entreguemos/ Os cuidados, sem temor./ Falta ao coração dorido/ Gozo, paz, consolação?/ É porque não insistimos/ Com Jesus em oração.

Andas triste e carregado/ De pesares e de dor?/ A Jesus, refúgio eterno,/ Vai, com fé, teu mal expor./ Teus amigos te desprezam?/ Conta-Lhe isso em oração;/ E do Seu amor supremo/ Encherás o coração.

Cristo é verdadeiro amigo!/ Disso prova nos mostrou,/ Para nos salvar da morte/ Sobre a cruz Ele expirou./ Derramou precioso sangue,/ Para as manchas nos lavar;/ Paz em vida e no futuro/ Já podemos alcançar!

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Joseph Medlicott Scriven (1819-1886) descobriu cedo na vida o quanto precisava da presença de Cristo. Nascido na Irlanda, quando jovem antecipou com alegria casar-se com uma jovem a quem escolhera para ser sua esposa. No dia anterior ao seu casamento sua noiva morreu afogada.

Na sua solidão e tristeza, ele deixou a ilha de Emerald e emigrou para o Canadá quando tinha vinte e cinco anos. Outra vez, ficou noivo e perdeu, semanas antes de casar-se, aquela que seria sua esposa depois de uma breve enfermidade.

A solidão continuou a ser sua companheira, e também a pobreza e a preocupação por sua própria saúde. Ele passou o resto de sua vida ajudando a pessoas fisicamente incapazes e aos necessitados de modo geral. Muitas vezes compartilhou seu próprio alimento com os pobre e mesmo deu a eles as suas roupas.

Mas todas essas boas obras, que marcaram a história de sua vida, jamais teriam sido conhecidas se Joseph um dia não tivesse escrito este hino para confortar sua mãe distante, durante um tempo em que ela enfrentava uma séria doença. Dez anos antes ele a beijara ao dizer adeus, e agora não podia estar ao seu lado. Escreveu-lhe então as palavras deste hino, relembrando-a do infalível amigo, Jesus Cristo.

As imortais palavras de Scriven permaneceram desconhecidas até um dia quando apareceram em uma publicação que foi vista por um advogado e compositor de origem alemã, Charles Converse. Aquelas palavras simples deram asas de inspiração ao compositor e assim o hino de Scriven alcançou o mundo inteiro.

A mensagem de conforto de um filho, para uma mãe distante, têm-se tornado um hino amado e cheio de conforto para milhões de cristãos. Em 1990, por ocasião da pesquisa de um jornal sobre os hinos mais populares, o "Que bondoso amigo é Cristo" (What a friend we have in Jesus!) alcançou o quinto lugar.

Fonte: Songs in the Night - Henry Gariepy
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Links

Ouça o hino no original inglês...

http://www.youtube.com/watch?v=3QOGygNJPtw

E sua história, em inglês (inclusive o manuscrito de Joseph Scriven):

http://www.youtube.com/watch?v=p0fixvijYu8&feature=related

E na versão de Robert Hawky Moreton, de 1917:

http://www.youtube.com/watch?v=3Mb9gOdbHu0&p=B91155CEA7D84E6C&playnext=1&index=10

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Se paz a mais doce... Sou feliz com Jesus.

It is well with my soul = Tudo bem com a minha alma

346 - Se paz a mais doce me deres gozar,/ Se dor a mais forte sofrer,/ Oh! seja o que for, tu me fazes saber/ Que feliz com Jesus sempre sou!

Sou feliz com Jesus, sou feliz com Jesus, meu Senhor!

Embora me assalte o cruel Satanás/ E ataque com mil tentações,/ Oh! certo eu estou, apesar de aflições,/ Que feliz eu serei com Jesus!

Meu triste pecado, por meu Salvador,/ Foi pago de um modo cabal;/ Valeu-me o Senhor, oh! mercê sem igual!/ Sou feliz! Graças dou a Jesus!

A vinda eu anseio do meu Salvador,/Virá conduzir-me ao Lar:/ O céu, onde vou para sempre morar/ Com remidos na luz do Senhor!

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Depois do grande incêndio em Chicago, em 1871, Horatio Spafford (1828-1888), um advogado daquela cidade, decidiu que seria benéfico para sua família fazer uma viagem marítima à Europa. Seu plano era unir-se mais tarde à sua mulher e às suas quatro filhas.

O navio em que sua querida família embarcou era o Ville du Havre que, infelizmente, não foi além do meio do Atlântico.

No meio da noite, chocou-se com outro navio e partiu-se em dois. Na confusão do desastre, a Sra. Spafford viu suas quatro filhas serem engolidas pelas águas do mar. Um pedaço do mastro do navio atingiu-lhe a cabeça e uma onda depositou seu corpo inconsciente em um pedaço de madeira. Itálico

Mais tarde, recobrando a consciência, com outros sobreviventes atingiu o País de Gales. E de lá, por telégrafo, mandou duas palavras somente para o seu marido: "Salva sozinha"...

Embarcando no primeiro navio, Horatio apressou-se a ter com sua mulher. Quando o navio em que embarcara aproximou-se do exato lugar onde o Ville du Havre afundara, Deus deu-lhe a inspiração e a coragem para escrever este hino, cuja tradução literal abaixo transmite-nos o verdadeiro sentimento daquele pai, homem de fé, diante de seu infortúnio. ("Songs in the night")

Quando a paz, como um rio, atravessa o meu caminho/ Quando tristezas como as ondas do mar me inundam/ Seja o que for a minha porção, Tu me ensinas que tudo está bem com a minha alma.

Tudo está bem, tudo está bem com minha alma.

Ainda que Satanás me ataque, se provações me vêm/ Que eu deixe esta segurança controlar-me:/ Cristo já considerou a minha triste situação,/ E derramou o Seu próprio sangue pela minha alma.

Para mim, portanto, viver é Cristo daqui pra frente./ Se o Jordão acima de mim rolar,/ Nenhuma dor intensa provarei,/ Pois na morte e na vida Tu hás de sussurrar paz para a minha alma.

Senhor, é por Tua vinda que nós esperamos/ O céu, e não o túmulo, é o nosso alvo./ Ó trombeta do anjo, ó voz do Senhor,/ Esperança e descanso abençoados da minha alma!



















Anna, de origem norueguesa, teve mais filhos depois do acidente, duas meninas e um menino que morreu ainda pequeno. As palavras de seu telegrama, "Salva sozinha", tem sido usada ilustrando a situação de pessoas que são as únicas crentes na família, sendo os demais descrentes. Horatio nos últimos anos de sua vida trabalhou em assistência social, em nome de Jesus, entre muçulmanos e judeus, tendo sido enterrado em Jerusalém. (Google)
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Philip P. Bliss (1838-1876), o compositor da belíssima melodia do hino, era um pregador batista, cantor e prolífico escritor de hinos espirituais. Tão impressionado ficou com a experiência de Spafford, que se apressou a compor uma música para o hino. Foi publicado no Sankey-Bliss Hymnals, Gospel Hymns n. 2. Pouco depois de compor a música de It is well with my soul, o próprio Bliss morreu em um acidente de trem, com 38 anos.

Outros hinos do mesmo compositor:

- Dá tempo à tua alma, não deixes de orar
- Todo o que ouve as novas queira proclamar
- Oh! repete mais uma vez tão belas novas de amor
- Nas tormentas desta vida perto está a perdição
- Firme e corajoso como Daniel

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Link

O hino cantado, com fotos e relatos:

http://www.youtube.com/watch?v=T8_EfDqF7YI