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Castelo forte é nosso Deus, Espada e bom escudo;
Com Seu poder defende os Seus Em todo transe agudo.
Com fúria pertinaz, Persegue Satanás, Com ânimo cruel; Astuto e mui rebel, Igual não há na terra.
A força do homem nada faz, Sozinho está perdido;
Mas nosso Deus socorro traz traz Em Seu Filho escolhido. Sabeis quem é? Jesus, O que venceu na cruz, Senhor dos altos céus; E, sendo o próprio Deus; Triunfa na batalha.
Se nos quisessem devorar Demônios não contados, Não poderiam dominar Nem ver-nos assustados. O príncipe do mal, Com seu plano infernal, Já condenado está; Vencido cairá Por uma só palavra.
De Deus o Verbo ficará, Sabemos com certeza, E nada nos perturbará Com Cristo por defesa. Se temos de perder, Família, bens, prazer, Se tudo se acabar E a morte nos chegar, Com Ele reinaremos.
Obs.: Cada letra maiúscula indica o início de nova linha na estrofe.
Tradução: Jacob Eduardo von Hafe
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O ano de 1525 foi muito difícil para Martinho Lutero. Foi a hora mais sombria e crucial de seu movimento. Doença, desespero e perigo tomaram conta dele.
Vinte anos antes havia pregado na porta da Catedral de Wittenberg, Alemanha, suas 95 teses (reclamações) contra os abusos da Igreja Romana daqueles dias, incluindo a venda de indulgências que prometiam às pessoas a saída do inferno se elas dessem dinheiro para a reconstrução da Igreja de São Pedro, em Roma.
Aquele corajoso ato, baseado nas Escrituras, deu ignição à Reforma, apoiada pela justificação não por obras mas pela fé e sacerdócio de todos os crentes. Pelo seu ato, Lutero foi excomungado pelo papa.
Em depressão, voltou-se para dois de seus mais efetivos antídotos: a música e as Escrituras. Escreveu hinos, traduziu a Bíblia para a linguagem do povo e restaurou a prática do canto congregacional. Permitiu inclusive que as mulheres cantassem em público, um privilégio que havia sido banido para elas por mil anos. Muitas vezes, quando assaltado por Satanás, ele o vencia ao cantar um hino.
Naquele ano de profunda depressão, Lutero voltou-se para o Salmo 46: "Deus é o nosso alto refúgio e fortaleza, socorro bem presente na tribulação". E foi inspirado a escrever um dos hinos mais fortes em sua mensagem, o majestoso "Castelo forte é nosso Deus". E logo o hino tornou-se "a Marselhesa da Reforma", sendo cantado até nas ruas, inclusive por exilados e por mártires protestantes.
Através dos escritos de Martinho Lutero, de suas traduções da Bíblia e de seus hinos, foram estabelecidos os fundamentos que para sempre mudaram a história religiosa do mundo.
"Castelo Forte" foi cantado no funeral do Reformador Martinho Lutero (1483-1546).
Podemos não conhecer o tipo de furiosa oposição que Lutero enfrentou, mas diante dos nossos problemas e adversidades, o Senhor poderá ser também o nosso refúgio e fortaleza, um socorro bem presente nas tribulações.
Fonte: "Songs in the Night" (Henry Gariepy)
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Fotos:
1. Manuscrito de "Castelo Forte"
na escrita de Lutero.
2. Estátua do Reformador no centro de Eisleben, cidade onde nasceu e morreu.
Na igreja ao fundo, sentiu-se mal ao pregar e prometeu voltar a fazê-lo, o que não aconteceu.
3. Na cidade de Wittenberg,
Ein fest Burg (Castelo Forte)
circunda a torre de uma igreja.
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Link
Hino "Castelo Forte" (versão moderna), pelos Vencedores por Cristo:
http://www.youtube.com/watch?v=PG4_XncMR6k
"Ein fest Burg" no original alemão:
http://www.youtube.com/watch?v=rOm1_ta4rGI&feature=related
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Se houver interesse, leia a respeito de minhas raízes na Alemanha, em uma cidade, Hettstedt, a 14km da cidade onde nasceu Lutero. Veja também fotos de Eisleben e Wittenberg, inclusive a Porta das Teses.
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